26 de agosto de 2025 ·  6 min de leitura

Os 3 pilares do KYC: sua operação pode estar perdendo receita

3 pilares do KYC
Vitoria Tavares
Vitoria TavaresEspecialista em SEO e mídias

A Lei nº 14.790/2023 consolidou a regulação do setor e elevou a régua técnica dos operadores. Na prática, KYC não é apenas uma exigência regulatória, mas um portão de conversão fundamental, e uma arquitetura fraca pode resultar em perda direta de receita.

Essas exigências, juntamente com as portarias subsequentes, têm como objetivo garantir segurança, transparência e conformidade nas operações, protegendo os consumidores e prevenindo práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

Contudo, um dos maiores desafios enfrentados pelos operadores que atuam no Brasil é garantir que o processo de verificação de identidade (KYC) seja não apenas preciso e ágil, mas também adaptado à realidade local.

A diversidade de documentos e as variações tecnológicas entre os usuários exigem uma abordagem personalizada e eficiente para atender às demandas do mercado e às exigências regulatórias.

Ineficiência no KYC + frustração dos usuários = perda de receita e confiança

No mercado brasileiro, a velocidade e a disponibilidade do sistema de KYC são fundamentais para garantir taxas de conversão elevadas e reduzir o abandono de apostas. Cada instabilidade ou atraso no processo de verificação pode resultar em perda de receita e impactar diretamente a experiência do apostador.

Para resolver esse problema e garantir que o processo de verificação seja rápido e sem falhas, os operadores precisam de uma infraestrutura robusta, capaz de processar milhões de verificações por minuto e garantir 99,9% de uptime.

Essa infraestrutura invisível deve contar com três pilares fundamentais:

1) Balanceamento de carga + elasticidade

  • O que é: distribuição inteligente de requisições entre instâncias ou zonas com auto-scaling baseado em métricas como fila, CPU e latência p95, e rate limiting por provedor de verificação.
  • Porque importa: permite lidar com picos de demanda (como campanhas ou eventos especiais) sem gerar filas ou timeouts, o que resulta em uma experiência fluida para o usuário.
  • Sinais de saúde:
    • SLA ≥ 99,9%.
    • Latência p95 < 1s no endpoint de KYC.
    • Fila de requisições inferior a X req/instância.

2) Observabilidade e resposta proativa

  • O que é: implementação de end-to-end tracing, métricas de desempenho (como latência, erros, fila), synthetics para testar o fluxo completo e alertas por limiar ou delta.
  • Porque importa: a observabilidade permite reduzir o MTTR (tempo médio de recuperação) em até 40%, limitando o impacto de falhas e melhorando a eficiência operacional.
  • Sinais de saúde:
    • Alarmes baseados em error budget.
    • Playbook de ações para diferentes cenários (ex: picos, degradação de sistema, provedor externo lento).

3) Failover automático (ativo-ativo ou ativo-passivo)

  • O que é: desvio automático de tráfego para outra zona ou provedor quando um componente falha, sem impactar o processo de verificação de identidade (KYC).
  • Porque importa: garantia de continuidade do processo KYC, mesmo diante de falhas parciais, evitando interrupções nos fluxos de apostas e cadastros.
  • Sinais de saúde:
    • RTO (Recovery Time Objective) em segundos.
    • Game days mensais para testar Disaster Recovery (DR).

Impacto financeiro

A) Pico de apostas interrompido

  • Cálculo: 1.000 apostas/min × R$ 80 = R$ 80.000/min
  • Perda em 5 minutos de falha: R$ 400.000

B) MTTR reduzido por observabilidade

  • Sem observabilidade: 60 minutos de falha × R$ 80.000 = R$ 4,8 milhões de perda
  • Com 40% de redução no MTTR (36 minutos): 36 minutos × R$ 80.000 = R$ 2,88 milhões
  • Receita preservada: R$ 1,92 milhões

C) Failover em cadastro/onboarding

  • Cálculo: 10.000 cadastros/min × R$ 20 = R$ 200.000/min
  • Perda em 5 minutos de falha: R$ 1.000.000
  • Com failover em 30s: Perda residual ≈ R$ 100.000
  • Receita preservada: R$ 900.000

Nota: valores didáticos; adapte volumes e ticket de acordo com a sua operação.

É hora de refletir:

  • Seu sistema está desenhado para escalar ou você corre o risco de sobrecarregar durante grandes picos de tráfego, como eventos esportivos ou promoções massivas?
  • Você está priorizando a experiência do apostador? Ou o processo de verificação continua sendo um obstáculo para a conversão?
  • Quando o último problema técnico aconteceu, quanto tempo levou até que ele fosse resolvido? E, mais importante, sua operação é capaz de contabilizar quantas apostas e potenciais depósitos foram perdidos nesse intervalo?

Se você percebeu que sua operação de KYC ainda deixa margem para falhas, não espere mais. A cada minuto de inatividade ou de frustração do apostador, sua operação perde dinheiro e confiança. Invista agora em tecnologia robusta, soluções ágeis e processos de verificação que garantam a continuidade, para que sua operação cresça sem limitações.

Se você quer medir o risco de perda atual, rode uma análise de eficiência do KYC: SLOs (service level objective), MTTR (Mean Time to Repair), capacidade em pico e plano de DR (Disaster Recovery). Operações maduras tratam KYC como arquitetura de receita e não só conformidade.

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